terça-feira, 11 de novembro de 2008

O Fim da história

Que esculhambação, que horror. Você sabe do que eu estou falando. Não há mais respeito algum com as instituições do poder. Eu até já havia me acostumado com uma mulher dirigindo a Alemanha, mas agora estão me pedindo demais. Meu mundo está cada vez mais restritivo, meus prazeres se extinguindo. Nem à Fórmula 1 eu posso assistir mais. Tudo o que me resta é ver meus clipes de bandas skinheads e a TV Estatal da Coréia do Norte pelo cabo.

É por isso que eu sempre digo que a democracia é uma M. A democracia é tão propalada, bajulada e endeusada e ninguém se dá conta dos seus efitos maléficos. Bajular a democracia é um erro. E eu rapidamente provo isso. A democracia é responsável pelo programa eleitoral obrigatório, pela existência dos cargos de vereadores, deputados estaduais, federais e senadores e seus respectivos ocupantes. A democracia é o regime que tranca as reuniões de condomínio com questões sobre o elevador social, emperra as empresas com reuniões desnecessárias só para fingir que a opinião dos colaboradores é importante, acaba com casamentos por causa de maridos fracos que são impelidos a compartilhar as decisões, cria crianças homossexuais e voluntariosas pela falta de pulso firme dos pais. A democracia é a culpada pela música sertaneja, axé, funk carioca serem executadas em casamento de gente rica e chique. Sim, por que é em nome da diversidade, do pluralismo que essa gente endinheirada coloca os convidados para dançar ao som desses lixos sonoros. É em nome da democracia que cineastas chatos fazem filmes “cabeças”, curadores expõem pichações que estragam as cidades como se fossem pinturas renascentistas e diretores de teatro levem às casas de espetáculos grupos de favelados. A democracia contamina tudo, estraga tudo. Por mim, poderia cortar a “cracia” de sua nomenclatura e ficaria só com “demo”. Mas agora ela foi longe demais. A democracia está por acabar com a maior potência do mundo. Talvez o que eu não tenha conseguido na II Guerra, o povo americano alcance pelo voto. Só espero que esse novo governante tenha a sensibilidade de preservar as grandes obras da América, como a prisão de Guantánamo e a de Abu Ghraib no Iraque. Eva, tentando me consolar, disse-me: “Poderia ser pior. O eleito poderia ser judeu”. Ao que respondi: “Se é assim, poderia ser muito pior: poderia ser uma negra, judia árabe, homossexual e cigana”. Eva me interrompeu: “Credo! Pare com isso, Adolf. Com essas coisas não se brinca”.